Ermelinda Cargaleiro

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Foi com grande espanto que na passada semana descobri, por acaso, este livro na Biblioteca Municipal.

Espanto porque nunca tinha ouvido falar do nome de Ermelinda Cargaleiro e porque não é comum ver-se livros sobre “patchwork” executado por artista portuguesas.

A curiosidade foi maior e claro que tive de trazer o livro para casa, para apreciar com calma e atenção as obras de Ermelinda Cargaleiro. Fiquei absolutamente rendida: a senhora tem uns trabalhos lindíssimos e já fez várias exposições internacionais como artista portuguesa de patchwork. (Sim, imagino que ser mãe do artista Manuel Cargaleiro lhe tenha aberto algumas portas ao nível da divulgação, mas os trabalhos são de uma indiscutível qualidade)

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Tal como a Rosa e a Mary, tenho tentado encontrar alguns exemplares de Quilting e Patchwork feito por artistas portuguesas. Não tenho tido muita sorte… até hoje!

Nalgumas feiras de artesanato, é possível ver umas senhoras mais velhas a fazerem as chamadas “mantas de retalhos“, que até são bastante comuns no artesanato do Ribatejo, onde vivo. Podem-se encontrar sacolas de meredas feitas com esta técnica, por exemplo. Mas nunca há nada verdadeiramente apelativo (pelo menos a mim) ou que considere um trabalho de criatividade artística – a maioria dos tecidos são mesmo postos ao acaso e não há propriamente uma preocupação estética com o resultado final.

A minha trisavó era outra das artista do princípio do século XX que fazia “mantas de retalhos”. A mim só me chegou uma das suas últimas, que guardo com grande estima, sendo ela um autêntico tesouro, na perfeição da sua execução.

Que pena não haver mais registos de artistas como Ermelinda Cargaleiro, porque certamente as haverá.

Não será este um belo exemplo de um Gee´s Bend “à portuguesa”? ;)img018.jpg

Mais imagens aqui.

9 Comments

  1. olá Rita, como descendente de portugueses fique muito orgulhosa da descoberta, navego pela internet há tempos e em sites de patchwork, já que os faço, mas ainda não tinha tido notícias de Portugal. Uma só vez encontrei seu site mas não o abrí.
    espero que receba este e-mail, vou ficar feliz da vida com isso.
    Se puder mande dizer-me se o recebeu.
    Felizes dias para você nesta terra irmã, e que tenho tanto orgulho, assim como de meus ancestrais. Um grande beijo.
    Silvia Regina

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  2. Ai que isto até me cortou a respiração! Eu admiro tanto os artistas da costura. A primeira vez que tentei coser alguma coisa, foi logo ao tentar fazer uma manta de retalhos. Depressa percebi que era difícil e que à mão não iria longe :)
    Esta segunda foto é talvez o quilt mais bonito que já vi, talvez pelo uso do preto… toca-me no coração.
    Gosto especialmente dos quilts que parecem pinturas, em que se usa o tecido como verdadeira matéria plástica. Um dia vou voltar a tentar. Obrigada Rita e obrigada Rosa por esse “isto”. Admiro-vos muito. Beijinhos

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  3. Que magnífico post, Rita! Sabia da existência desta senhora – acho que ela fez uma exposição no Museu do Traje e tudo. Não sei porquê, mas tinha ideia que as coisas dela eram mais “certinhas” e menos interessantes. Boa descobert :D

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