No comboio descendente



A excitação da antecipação de fazer uma viagem de comboio de longo curso lembrava-me à quanto tempo que já não o usava. O sentimento ainda era maior por ser este o meio escolhido para voltar às origens numa curta brecha espacio-temporal…

Há muito tempo que não ía lá. Há demasiado tempo…
Percebo agora, depois de voltar, a falta que já me fazia voltar a respirar aquele ar, cheirar a esteva e o ar do campo. Ouvir os pássaros e o sussurrar do vento.
Sentir todas as memórias da nossa história de vida recente que está tão ligada áquele espaço.

Apesar de o tempo não ter estado famoso, e de o sol mal ter espreitado, a luz e o ambiente que se vive naquele lugar ainda isolado é única e revigorante.
Sempre que regresso de lá, fico cheia de vontade de voltar a partir.
As dúvidas assolam-me e a vontade de estabelecer-me de vez naquele lugar são cada vez mais fortes.
A família recebe-me sempre de braços abertos, como se aquela fosse a minha casa de todos os dias, sempre à minha espera.
Senti a falta do riso dos miúdos e da alegria deles a brincar pelo monte fora, mas a urgência da visita relâmpago não se coadunava com a logística de movimentar toda a família.

Aquele lugar é a minha válvula de escape da realidade, seria difícil manter a sanidade sem a promessa daquele reduto à minha espera.
Obrigado Amigos, até já!

À volta, uma passagem por mais um lugar mágico, que nos faz acreditar que é possível construir outro mundo, com base na igualdade, fraternidade, comunhão com a natureza e promoção da paz: a ecoaldeia de Tamera.

Que bem que sabem estes fins de semana.

Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom…

1 Comments

  1. é assim, para além de amar buganvílias e esta ser linda, tenho de pôr as leituras em dia cá no teu blog, porque tenho andado com muito pouco tempo. Agora, só passei para te dizer que te lançei um desafio no meu blog, espero que não te importes! Beijos

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