Falta de intimidade no parto viola direitos humanos


A frase acima não é da minha autoria, apesar de a subscrever por completo.

Quem o disse foi o médico/obstetra alemão Gerd Eldering, quando esteve há uns meses atrás em Portugal para várias palestras. Paralelamente, deu uma entrevista muito interessante na Pais & Filhos, que vos disponibilizo aqui, por não estar disponível online: entrevista eldering

A boa notícia é que ele está de volta ao nosso País, naquele que espero que seja o evento do ano no panorama da humanização do parto – o II Congresso Internacional da HumPar que vai acontecer entre 12 e 14 de Fevereiro próximo, no Porto, depois do sucesso do I Congresso em Almada, em Novembro de 2006.

É sem dúvida uma das grandes mais valias deste Congresso que vai trazer pela segunda vez a Portugal várias personalidades ligadas à humanização do Nascimento…

Gerd Eldering é um reputado médico/obstetra , director de uma Maternidade perto de Colónia, onde tem posto em prática várias medidas de apoio e incentivo ao parto natural, com bastante sucesso.

A sua presença e partilha de testemunhos é sempre uma mais valia para nós, uma vez que o parto hospitalar em Portugal está longe de corresponder aos ideais de humanização, felizmente já possíveis em quase todos os outros países da Europa.

Mudar o panorama do nascimento hospitalar é possível e concretizável, mas exige o esforço de todos nós para denunciar as situações menos correctas e colaborar na elaboração de alternativas.

Temos muito a aprender, temos ainda um grande caminho para percorrer, no sentido de percebermos que a questão do “parto humanizado” está directamente ligada a questões de direitos fundamentais, tanto das mulheres como das crianças. Espero que o contributo do Dr.Eldering seja bastante positivo nesse sentido!

A todos os que me lêm e se interessam por estes temas, aconselho vivamente a estarem presentes ;)


7 Comments

  1. Olá,

    a minha experiência da maternidade é a de uma cesariana inevitável e a perspectiva de outras experiências, que espero vir a concretizar, passarão sempre por cesarianas. Encaro isso com a ‘naturalidade’ possível e não tenho qualquer trauma em relação ao assunto. Junto das pessoas que conheço e, sobretudo das minhas amigas promovo sempre as vantagens do parto natural e humanizado, porém, não dramatizando a questão da cesariana (reconhecendo-lhe óbvias vantagens quando é inevitável, como no meu caso – esclareço, em causa está uma patologia retiniana que é susceptível de ser agravada com o esforço de um parto). O que eu gostaria de saber é se, mesmo não tendo passado pela experiência de um parto natural e humanizado (mas assumindo que o foi na medida do possível), poderei vir a ser doula?
    Obrigada.

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  2. A human right is to have a choice for the place of birth, which caregiver and compagny of choice.
    Not having access to drinks and food is seen in the EU as a form of turture

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  3. Olá Rita. Antes de mais muitos Parabéns pelo seu trabalho não só a nível artístico mas como mulher. Sigo de perto o seu blog e não me deixo de comover ao ler tudo o que escreve sobre a urgente mudança da forma como nascem os nossos bebés e como sentir esse nascimento. Conheci este lado da maternidade durante a gravidez do meu primeiro filho (2005) e desde então que não me canso de aprofundar o tema. Teria muito gosto em estar presente no Congresso no próximo mês de Fevereiro. O que é necessário fazer para participar? Tenho pena que a barreira geográfica torne a mudança muito mais lenta pela nossa ilha. Aqui, mesmo que se sonhe por toda uma experiência única e acima de tudo positiva, não temos grande opção de escolha. Nem quem nos acompanhe num parto em caso com a devida segurança nem um ambiente tão humanizado como desejável no hospital. Espero um dia que tudo isso mude.
    Obrigada.
    Cátia

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  4. não sei se vou conseguir estar presente, mas gostava muito.
    ainda não tive filhos e interessa-me o assunto!
    obrigada por abordares frequentemente este tema e partilhares tanta informação!
    bjs e bom trabalho!
    A.

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