parto em casa?

No passado dia 5 de Setembro, a revista Caras publicou uma reportagem que teve honras de destaque de capa. Dizia qualquer coisa como “Adelaide de Sousa e Tracy já respiram de alívio e contam A HISTÓRIA DRAMÁTICA DO NASCIMENTO DE KYLE. Exclusivo: estivemos em risco de vida, foi uma lição para nós os dois”

Até aqui nada de novo, infelizmente haverá sempre uma pequena percentagem de partos que podem não correr bem (em casa ou no hospital), e figuras públicas a expor as suas vidas pessoais nas revistas há cada vez mais.

Acontece é que a Adelaide conta na revista que optou por um parto em casa que após “ 36 horas de trabalho de parto contínuo, mas na verdade teve 80 horas de duração” (citando o artigo) resultou numa cesariana no Hospital, e usa palavras e expressões bastante fortes para descrever a experiência como “perigo de vida”, “susto”, “sofrimento”, “já não aguentava mais”, infecção”, “experiência traumática”, “sobrevivido a uma guerra”, “choque”, “aterrorizado”, “cara distorcida de tanto sofrer”.

Como se pode imaginar, o artigo saltou rapidamente das páginas da revista (que esgotou a edição) para a internet, e os blogues e fóruns de parto e gravidez começaram a comentar o acontecimento.
A questão central foi sempre a mesma: a segurança (ou melhor, a falta dela) num parto em casa.

Já aqui falei várias vezes acerca da temática da gravidez e parto. De forma mais ou menos polémica, sempre tentei expor aqui as minhas opiniões acerca do tema, que me é caro e ao qual dedico grande parte da minha vida.
Acima de tudo considero-me uma activista dos direitos das mulheres e, na minha óptica, os modelos de assistência e atendimento ao parto e gravidez em Portugal não são os melhores, e estão longe de serem baseados em evidências científicas, ou mesmo de terem a mulher como protagonista.
Em relação ao parto em casa, constatei que ainda não abordei este tema de forma mais detalhada aqui no blogue, e aproveito esta ocasião, e o debate público que se gerou, para o fazer.

Em primeiro lugar penso que é importante esclarecer que as condições em que hoje se vive um parto em casa não têm nada a ver com as condições em que os mesmos eram feitos há 50 anos, no tempo das nossas avós.

Antigamente, o parto ocorria em ambiente domiciliar porque efectivamente não havia outra escolha ou possibilidade, salvo raríssimas excepções de pessoas que podiam pagar a assistência privada e recorriam a clínicas.
A vigilância de uma gravidez era completamente diferente da que hoje se faz. Hoje em dia temos meios complementares/auxiliares de diagnóstico, como as ecografias, que permitem acompanhar a evolução de uma gravidez de forma totalmente diferente.
As grávidas são seguidas ao longo das suas gravidezes por profissionais de saúde devidamente formados para o efeito (enfermeiros especialistas em saúde materna e infantil e médicos obstetras), ao passo que há 50 anos atrás a grande maioria das mulheres passava toda a gravidez sem nunca ser observada por um médico ou enfermeira, e o parto era assistido muitas vezes por pessoas “curiosas” sem formação específica para tal.
Além de todas essas diferenças, há outras não menos importantes: há 50 anos as condições de vida das populações eram completamente diferentes das que hoje conhecemos.
Apesar de ainda haver concelhos do nosso país que não têm acesso a saneamento básico (o distrito onde vivo é disso um exemplo, infelizmente), a maioria das pessoas têm condições básicas de vida, como saneamento básico, electricidade e acesso indiferenciado a cuidados de saúde básicos.
(quem não se lembra das barracas às portas de Lisboa, em locais onde hoje se erguem prédios de apartamentos?…)

Entretanto, após o 25 de abril (viva!) o cenário foi lentamente transformado no nosso país. A democracia trouxe igualdade de oportunidades, a criação do Serviço Nacional de Saúde  (do qual sou defensora em absoluto) e a obrigatoriedade da escolaridade para todos. O atendimento ao parto passou a ser feito no hospital, com cuidados prestados por profissionais de saúde. A mortalidade materno-infantil desceu drasticamente e a qualidade do serviços prestados melhorou significativamente.

Esta é a história verdadeira, e aquela que todos nós conhecemos.

Agora vamos conhecer outra história, igualmente verdadeira, mas que poucos conhecem: a realidade dos partos em casa no séc. XXI.

A transferência do local de parto do domicílio para o hospital, deu-se nos estados Unidos da América, no início do séc. XX.
Em 1900 95% dos partos acontecia em casa; em 1938 50% dos partos eram domiciliários, e por volta de 1955 apenas 1% dos partos tinham lugar no domicílio.
Um pouco por toda a Europa a tendência foi mais ou menos semelhante, com excepção da Holanda, onde ainda hoje uma grande parte dos partos ocorre em casa (embora seja uma percentagem menor do que aqueles que ocorrem no hospital/centro de nascimento). Mas a questão da Holanda prende-se por questões culturais específicas e uma série de factores intrínsecos que faz com que a segurança dos partos em casa na Holanda seja mantida, e não é sobre isso que eu hoje quero falar.

Em Portugal, a realidade que quero hoje comentar, a transferência do parto para o hospital começou nos anos 70, precisamente quando o modelo hospitalar começava a ser questionado nos Estados Unidos e um pouco por toda a Europa.
Quero com isto dizer que o nosso país tem um atraso de cerca de 40 anos nestas temáticas, como em tantas outras marcas que o anos de ditadura nos deixaram.

Claro que os resultados imediatos desta transferência são extremamente positivos. Nos anos que se seguiram ao 25 de Abril, a mortalidade materno-infantil, bem como o número de sequelas associadas ao parto baixaram drasticamente.

O que é que está mal, então?
Aparentemente nada. mas as aparências iludem. A começar com a falta de estatísticas apuradas em relação aos números portugueses…
A verdade é que o modelo de assistência ao parto no nosso país está longe de ser satisfatório.  Há um número exagerado de intervenções no parto, contrariamente às indicações da OMS, há um aumento exponencial do número de cesarianas, e acima de tudo, o parto deixou de ser vivenciado como um acto fisiológico saudável e natural, para ser visto como uma situação de absoluta intervenção médica.

Felizmente que vai havendo excepções, e apesar de muitos médicos continuarem absolutamente reticentes em mudar os modelos de assistência, outros há que estão receptivos à mudança, e que têm a capacidade de auto-análise suficiente para perceber que nem 8 nem 80.
E onde é que entra aqui a história do parto em casa?…
O parto em casa, em Portugal, pura e simplesmente não é uma opção para a grande maioria dos casais.
Há cada vez mais pessoas a recorrerem a ele, mas não há qualquer tipo de regulamentação, não há médicos que o aprovem, não há protocolos oficiais de transferência e o número de profissionais capazes e disponíveis para atender a um parto em casa (leia-se enfermeiros especialistas em saúde materno-infantil) contam-se pelos dedos de uma mão, para toda a população portuguesa.
Já para não mencionar o facto de que os casais que optam por este cenário terem de pagar integralmente do seu bolso, e sem recurso a qualquer seguro de saúde, os custos do parto, quando no Serviço Nacional de Saúde, o parto é totalmente gratuito, quer seja ou não administrada epidural ou outras intervenções, ou seja ou não necessário o recurso a uma cesariana. Claramente não há uma situação de igualdade.

Nos outros países da União Europeia, e um pouco por todos os países industrializados, a realidade é bem diferente, e à mulher grávida é dada a possibilidade de escolher em conjunto com o médico ou parteira, o local mais indicado para o parto e quais são as suas escolhas pessoais para esse momento tão marcante na vida de uma família.
Completamente diferente da nossa realidade.

E quem são os casais que decidem optar por um parto em casa?
Na maioria das vezes, são pessoas altamente informadas, que fizeram as suas escolhas baseadas em evidências cientificas, baseadas nos inúmeros estudos disponíveis, completamente cientes das suas escolhas e da responsabilidade que as mesmas acarretam.
Há casais para quem a escolha por um parto em casa é a coisa mais natural do mundo, e esbatem contra uma sociedade fechada e inquisidora, sem qualquer apoio por parte dos profissionais de saúde.
Vêm-se muitas vezes quase como “clandestinos” sem grande opção de escolha e a serem forçados esconder a sua opção dos familiares e dos prestadores de cuidados de saúde.

Há outros ainda para quem o parto em casa é uma segunda escolha, e esses preocupam-me bastante, pela falta de apoio que sentem: há casais que elaboram planos de parto, que procuram um parto desmedicalizado e onde o pai da criança possa estar permanentemente durante todo o parto. Há mulheres que querem parir em ambiente hospitalar, mas sem serem submetidas a uma série de intervenções à partida desnecessárias.
Há mulheres que querem parir em ambiente hospitalar sem serem constantemente assediadas para levarem uma epidural, há mulheres que gostariam de ver resguardada a sua privacidade num momento tão importante como o nascimento de um filho, e preferem parir num quarto sossegado de um hospital, em vez de num bloco de partos.
Todas estas pessoas se vêm imediatamente desmoralizadas com as respostas que obtêm dos hospitais públicos e privados e muitas delas optam por um parto em casa, não porque fosse essa a sua escolha inicial, mas porque não lhes foi dada outra opção, face à rigidez dos protocolos hospitalares.
E isso, obviamente não é desejável.

Seja em casa, seja no Hospital, um parto nunca é isento de riscos.
Seja em casa, seja no hospital, um parto deve ser atendido por profissionais devidamente treinados para o efeito.
Seja em casa, seja no hospital, a dor no parto é uma variável a ter em conta e deve ser abordada com a individualidade que lhe é característica: há mulheres que sofrem horrores durante o parto e outras para quem parir é um autêntico acto de prazer – e isso tanto pode acontecer em casa como no hospital.
Seja em casa ou no hospital, um parto é seguro e possível, quando a mulher está informada acerca das suas responsabilidades e da fisiologia do parto

Há vários estudos científicos que demonstram claramente a segurança do parto em casa.
Mas muitos dos proeminentes obtetras portugueses, inclusivé aqueles que estão activamente empenhados em mudar os modelos de assistência, insistem em argumentar que, em Portugal, o parto em casa não é uma realidade viável.
E eu pergunto: mas porquê?
Será que as mulheres portuguesas estão fisiologicamente impossibilitadas a ter um parto em casa? Obviamente que não.
O argumento usado é que não há protocolos de transferência, que não há profissionais devidamente formados para o atendimento a um parto domiciliário, que as distâncias a um hospital de referência comprometem os parâmetros de segurança mínimos  requeridos.

Posto isto, e voltando ao parágrafo inicial – o parto da Adelaide de Sousa – o que é que é suposto retermos desta história mediática, em que houve uma tentativa de parto em casa que resultou numa cesariana de emergência, 80horas depois?

Em primeiro lugar, não devemos fazer juízos de valor em relação a este acontecimento.
Apenas as pessoas directamente envolvidas sabem realmente o que se passou e como se passou, apesar dos sentimentos de frustração e desilusão que as palavras (escritas) da Adelaide denotam.
Em segundo lugar, se quisermos ver as coisas de forma construtiva, o resultado foi positivo. Ficou demonstrado que há realmente possibilidade de transferência quando as coisas não correm como esperado em casa, porque a Adelaide foi submetida a uma cesariana em tempo útil e tanto mãe como bebé estão bem de saúde.

Em terceiro e último lugar, devemos tentar aprender com este episódio que se tornou mediático, e que pôs a nu as fragilidads existentes hoje em dia, relativamente a um parto em casa.
Devemos promover e contribuir para um debate público e construtivo acerca do parto em Portugal.
É preciso ter em conta a vontade da população e não ignorar o número crescente de casais que opta por este cenário. Em vez de desconfiar à partida, é preciso ouvir as motivações das mulheres que escolhem um parto domiciliário.
É preciso não fechar os olhos  a esta realidade e ouvir as motivações por uma escolha deste género que na maioria das vezes é acompanhada por uma grande dose de responsabilidade.
É preciso dotar os hospitais públicos de uma verdadeira possibilidade de escolha, para que os casais não se vejam confrontados com o parto em casa como sendo a única opção possível para verem respeitados os seus desejos para um momento tão especial e importante.

Porque escolher um parto em casa não é um acto de leviandade e de ignorância do factor “segurança” como tanta opinião pública quer fazer crer. É na maioria das vezes uma escolha ponderada, pensada, e cheia de responsabilidade, que merece no mínimo ser ouvida e compreendida.

23 Comments

  1. Após um primeiro parto hospitalar, com epidural e muito sofrimento, optei por um segundo parto em casa. No primeiro parto, induzido, estive presa numa cama com CTG sempre ligado, com occitocina, oxigénio, soro, algália, epidural. Senti-me em coma. Não escapei ao clister, à episiotomia, ao monte de estagiários que no momento da expulsão invadiram a sala. Senti que ter um filho envolvia um sofrimento atroz.
    No segundo parto, para o qual eu e o meu marido, Luís, fizemos preparação com uma doula e uma parteira, fiquei em casa. Houve dor (totalmente suportável com abraços, compreensão, carinho, ambiente sereno), mas nenhum sofrimento. Nunca me ocorreu ir para o hospital, ou ter anestesia. Este parto trouxe-me os momentos mais apaixonantes, mais incríveis, de maior proximidade com o meu marido e comigo própria da minha vida, tendo sido tão rápido que a doula e a parteira chegaram depois do nascimento. A nossa filha nasceu na banheira (nem tivemos tempo de ir para a piscina de parto), nasceu serena, ficámos ligadas pelo cordão, mamou passado uns instantes. No final o Luís disse: “Nunca pensei que fosse tão simples”. Quando a doula e a parteira se foram embora, adormecemos juntos e só acordámos de manhã. A felicidade desses momentos é indiscritível.
    Cada caso é um caso. Mas depois de um pesadelo, qualquer um pode tentar o seu sonho…

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  2. Cara Rita, adorei o texto, eu desconhecia a parte da Historia, mas ja imaginava que assim tivesse sido, ha muitas pessoas que deveriam de ler este texto, ficavam muito esclarecidas! Eu sou mae de uma princesa de 3 meses, o parto foi em casa e na agua, apesar da dor, q se esquece mt bem, lol, foi maravilhoso e ja sonho em repetir a experiencia, senti nakelas horas todo o poder da natureza concentrado em mim, foi mt bom! Eu sou dakelas q quer parir em casa e, ponto! Mas aceito e estou preparada se tiver d ir p o hospital, so em caso de necessidade! Nem me dei ao trabalho de enviar planos de parto, sinceramente, achei q n valia a pena o trabalho, se n era isso q eu keria, n keria ir p 1 hospital, so a ideia… assustava-me mais q o proprio parto!
    Queria lhe perguntar se posso utilizar o seu texto ou o link do site para por num forum em q participo, nao eh o pink blue, eh o demaeparamae, lol!
    Beijinhos e obrigado pelo texto!!

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  3. Parabéns pela serenidade do post, Rita!
    Há muita paixão e pouca evidência por trás dessa comoção toda em torno dessa história. Suas colocações são perfeitas.
    Já existem artigos científicos bons e em número suficientes provando que o parto em casa é seguro, então vamos evoluir nesse diálogo, não é mesmo?
    Um abraço!

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  4. Antes de mais queria pedir desculpa por tantas intervenções, sendo que eu até sou uma leitora do blog muito recente, que nunca havia comentado, mas a Alexa levantou aqui o véu de uma questão realmente importante e com a qual eu já tive 2 contactos: a indiferença e insensibilidade dos profissionais.

    Acho que era tema mais outros tantos comentários! Com efeito, eu mãe de 1ª viagem, já tive o desprazer de na 1ª ecografia, feita às 8 semanas, ao ouvir o coração do bebé me ter emocionado e o médico com ar de aborrecido e contrafeito me perguntar o que se passava e se podia continuar a trabalhar… Fui apanhada tão de surpresa que não tive reacção, mas fiquei convencida que era aquele médico em particular que era antipático e não que aquilo fosse uma situação comum.
    Já na 2ª ecografia, evitei durante algum tempo olhar para o ecran porque sabia que me emocionaria novamente, mas a cerca altura a própria médica me fez olhar e claro, lá veio a emoção. Esta médica não foi tão ríspida, mas acabou por fazer um comentário menos simpático e virou logo o monitor…

    Sei que não vou ser eu sozinha a mudar nada, mas com as coisas que vou sabendo estou a “galvanizar-me” para o que vem aí pela frente e começar a responder à letra. Mãos e pés amarrados, cesarianas marcadas, aceleradores do parto, comentários infelizes, etc, tudo isto, confesso, me assusta e não estou disposta a tolerar. Realmente parece haver uma tarefa realmente gigantesca para mudar a forma de se dar à luz e nascer em Portugal!

    P.S. – Ainda quanto à sobranceria que deixamos que os médicos em geral tenham connosco, há algum tempo numa consulta um médico sugeriu-me uma terapêutica à qual o meu comentário final foi: “Está bem, pode ser.” Ele riu-se surpreso, mas ficou a perceber que aquilo que me dizia não era uma “ordem”, mas algo que eu escrutinava convenientemente.
    Mais recentemente numa consulta com um geneticista, depois de me perguntar a profissão, ele próprio tomou a iniciativa de me tratar pelo meu título profissional. Pessoalmente não ligo nenhuma a essas frescuras, mas este tipo de situação tem de valer para ambos os lados: se exigem serem chamados de Sr Dr, então tratem todos os outros profissionais pelo seu título e os pacientes não são excepção.
    Lentamente as coisa hão-de mudar! :-)
    Bem hajam!

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  5. Na gravidez da minha filha ponderei o nascimento dela em casa e porquê?
    Porque tinha duas imagens na minha cabeça, a das mulheres “amarradas” a camas de hospitais, ligadas a tudo quanto é aparelhos, com médicos e estagiários a espreitarem literalmente a evolução da coisa (esta palavra não cai aqui muito bem mas até se adequa!), e tudo o resto que nós, mães ou não, conhecemos.
    Depois a outra imagem do parto, em que a mulher vagueia pela casa, toma um banho de imersão, recebe uma massagem, geme na cama do seu quarto, levanta-se e deita-se as vezes que lhe apetece e pare na posição que lhe é mais confortável, em ambiente tranquilo rodeada de pessoas em que confia.
    Do parto hospitalar muitos relatos com algo a apontar, do parto em casa ou clínicas que permitem este tipo de vivência, experiências fantásticas recheadas de emoção. É claro que esta última imagem me conquistou, eu queria uma experiência de parto assim.
    Mas depois de estudar as vantagens à que estudar o outro lado e à primeira desvantagem/dúvida que se levantou na minha cabeça vi-me “obrigada a abandonar a ideia.
    Acredito que o acto de parir é um acto natural mas e se alguma coisa corresse mal? É certo que no hospital também pode correr mal mas sinceramente eu não queria carregar essa responsabilidade e uma eventual culpa. É claro que cabe a cada um decidir por si.
    Acho que todas as mulheres devem lutar por o direito a um parto “instintivo” em vez do parto “institucionalizado” mas de preferência em locais onde caso as coisas não corram tão bem se tenha equipamento e pessoal médico à disposição.

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  6. Este espaço não é meu, por isso não quero enche-lo de comentários mas, como a Alexandra menciona o meu nome, acho que devo dizer que respeito a opinião de cada uma. Como já disse, eu ainda não sou mãe mas desejo muito sê-lo. Acredito que não haja uma só mulher que, seja porque motivo for, escolhendo ter o seu filho em casa, queira correr riscos. Por alguma razão as mulheres estão, actualmente, a optar ter os seus filhos em casa e, se calhar, deviam manifestar a sua opinião também. Se as mulheres estão a voltar às origens é porque, de alguma forma, as coisas não estão a funcionar na forma como os nascimentos ocorrem nos hospitais.

    Eu só não quero, quando um dia tiver o meu filho nos braços, que uma enfermeira (que antes de tudo é mulher!) me diga, como disseram à minha mãe que chorava de emoção por me ter nos seus braços: “Então está a chorar porque? Não queria uma menina?”…

    Volto a dizer que cada mulher deve decidir o melhor para si e para o seu bebe. Desejo muitas felicidades para a tua gravidez, Alexandra!

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  7. Alexa,

    Parecem-me que o argumento “sempre tiveram os os filhos em casa” é vazio, porque na história da humanidade, imensas coisas deixaram de se fazer em casa ou na rua ou em qq outro lado para passarem a ser feitas em locais próprios e se esses locais próprios passaram a existir é porque o Homem os considerou necessários. Ainda não há muitos anos os dentes tb se arrancavam no barbeiro e hoje alguém defende que se volte ao mesmo?
    E no fundo a Alexa acaba por ir ter ao cerne da questão: “perdiam-se muitas vidas”.

    Sou uma defensora acérrima de que os partos se dêem de uma forma natural, que a mulher possa estar na posição mais confortável, dentro, fora de água, acompanhada de quem quer, dispondo de todo o tempo sem ser pressionada a certos procedimentos de aceleração do parto sem razão, mas isso não tem nada a ver com o ambiente doméstico, tem a ver com o procedimento adoptado. Por isso mesmo considero que haja uma legítima reclamação das mulheres em relação aos procedimentos das maternidades.

    Uma gravidez correr bem, não tem qq relação com um parto correr bem, porque é claro que não estamos aqui a discutir as gravidezes de risco ou com problemas, estamos a falar de gravidezes normais o que nada invalida que possam terminar em partos muito complicados, como todas nós conhecemos um caso ou outro. Já noutro comentário referi o caso de 2 gémeas fruto de uma gravidez normalíssima em que uma acabou por precisar de oxigénio. Pode acontecer em qq parto, não há forma de o prever e o resultado do oxigénio não estar ao lado é uma paralisia cerebral, se não for a morte…

    O que define um “acto médico”? O facto de acontecer em ambiente hospitalar? O facto de ali ao lado estar um profissional que se designa por médico? Mas reclama-se um procedimento mais natural, mais confortável, mais humano, ou tudo não passa de preconceito quanto ao nome da instalação em que o parto se dá ou quanto ao tipo de profissionais presente? É capaz de ser neste limiar que reside o busílis da questão e se uma coisa é totalmente admissível e defensável a outra dificilmente o será.

    Por fim, peço desculpa por bater na mesma tecla, mas qual é o prazer de correr um risco com a vida de um filho? Será que alguma mulher é capaz de olhar para um filho deficiente e continuar a achar que fez bem em tê-lo tido em casa?

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  8. Não entendo como podem falar de “moda” quando as mulheres desde sempre tiveram os seus filhos em casa… É certo que os tempos eram outros, a medicina não estava tão desenvolvida como agora, perdiam-se muitas vidas… Mas a mim quer me parecer que as mulheres se esqueceram da sua capacidade inata de colocar um ser no mundo. Se a gravidez corre bem e é devidamente acompanhada, se as mulheres estão correctamente informadas, não vejo a necessidade de se considerar o parto como um acto médico. Mas, acima de tudo, cabe a cada mulher saber o que é melhor para si!

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  9. Cara Patrícia Matos (e outras comentadoras que se manifestaram mais ou menos no mesmo sentido),

    A verdade é que a estatística (que tanto vale para o bem como para o mal) diz que Portugal tem sido dos países que mais tem progredido a nivel mundial na diminuição da morte à nascença, estando bem destacado da Holanda, que deu como exemplo. (Salvo erro somos o 2º país do mundo com menor morte à nascença e isto não pode ser escamoteado)

    Não faço ideia da verdadeira razão pela qual a situação em Portugal não pode ser igual à dos países que menciona, uma vez que não trabalho na área da medicina. Apesar de não concordar com o parto em casa, pelo menos nos moldes em que ele acontece hj em dia em Portugal, entendo que devo fazer um esforço por compreender quem o deseja, ainda que me faça confusão porque é que essas mesmas pessoas não falam antes em revolucionar a forma como os partos são feitos nas maternidades, à semelhança por exemplo da forma como são feitos na Dinamarca (sala privada, em que a mulher pode estar à vontade, o tempo que quiser, com quem quer, em pé, deitada, dentro de água, etc, etc, mas… com todos os meios médicos à distância de um braço!). É aqui que acabo por chocar com a ideia de “moda”…

    Relativamente à possibilidade de haver partos em casa com mais acompanhamento, uma coisa me parece certo: não é de um dia para o outro que uma coisa dessas se considera, se pensa, se aceita, se põe em prática com nada menos do que todos os requisitos de segurança de um hospital. É certamente uma coisa que leva o seu tempo, antes de mais até a mudar mentalidades e há que respeitar os profissionais e exigir que as coisas sejam bem feitas, até mm porque quando correm mal (caso da Adelaide de Sousa) os profissionais não saem ilesos, logo, deixemo-los actuar com confiança.

    Não entendo como diz que a questão do risco/segurança está mal colocada, mas se é verdade que não há partos em lugar nenhum do mundo isentos de risco, tb é verdade que para a realidade portuguesa um parto em casa corre seriamente mais riscos do que um parto no hospital. Não é uma relação de risco positivo, para risco nulo, mas é uma relação de risco mais elevado para risco menos elevado e quem tentar negar isto, quanto a mim incorre em fundamentalismo.

    Por fim, admito a minha incapacidade compreender pessoas capazes de correr o risco (por mais infimo que seja) de ver um filho morrer ou ficar deficiente para sempre, apenas porque “na maternidade não me deixam fazer o que quero”.

    Eu tb estou decidida a não ter um parto marcado por conveniencia e a não ser sujeita a epidural e garanto que não haverá quem me demova disto. Os profissionais da medicina tb são aquilo que deixamos que eles sejam e por mim, o tempo de idolatrar os médicos já passou. São tão profissionais como eu, nem mais nem menos, não são deuses e muito menos mandam em mim. No dia em que os começarmos todos a tratar desta forma, muita coisa vai mudar certamente.

    Desculpem-me se fui um pouco brusca, como já disse noutro comentário, estou grávida de 20 semanas, ansiei por este filho 13 anos, chorei muitas lágrimas com esta espera tão longa e ver pessoas a menosprezarem o risco do parto em casa sem assistencia médica faz-me profunda confusão.

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  10. Fiz erasmus na Holanda e estive a fazer mestrado em Inglaterra. Vivi ao todo 8 anos na “Europa” desenvolvida.
    Nunca me apercebi tanto da diferença abissal entre Portugal e o resto da Europa como nessa altura, em termos de mentalidades e civismo.
    Entretanto as minhas amigas que por lá ficaram (Reino Unido e Países baixos) começaram a ter filhos (eu não sou mãe), e essa diferença tornou-se ainda mais evidente…
    Todas elas puderam escolher o parto que quiseram, como quiseram e onde quiseram.
    Porque é que em Portugal não pode ser igual??
    Não entendo…
    Será as pessoas não entendem que a questão do “risco/segurança” é uma questão que está mal colocada?!
    Será que não entendem que nem em casa nem no hospital ou birth center o risco é igual a ZERO?!…

    Quando tiver filhos, que está nos meus planos próximos, tenho uma certeza: não irei para o Hospital, a não ser em caso de complicações.
    Quero ser devidamente acompanhada na minha gravidez e parto. Se tal não for possível no meu país, será certamente uma grande tristeza para mim.

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  11. Eu sou uma defensora do parto em casa!
    E no serviço nacional de saúde, pois só assim se garantem critérios de segurança e igualdade.

    Acho que cada casal e cada mulher saberá melhor do que ninguém o que faz sentido para si e para o nascimento do seu filho. É importante dar informação às mulheres para que tomem decisões de forma consciente e responsável.

    Obrigada pelo teu contributo tão valioso para esta discussão!

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  12. Para mim o caminho é humanizar o parto o mais possível dentro dos hospitais, 10 segundos podem ser cruciais durante o parto … Parece-me um bocadinho moda , optar por partos em casa !

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  13. Não sei muito bem como escrever o que acho sem correr o risco de ofender. Não é minimamente minha intenção. Não acho que o parto em casa deva ser opção. Acima de tudo, porque julgo que é inegável que há um risco acrescido em relação ao parto hospitalar (o que não significa que este seja isento de riscos).

    Há muita coisa a mudar nos partos que se fazem no SNS português. Parte dessa mudança já está em curso, creio eu. Mas deve fazer-se dentro dos hospitais públicos, e é com esses e com os seus utentes que o Estado se deve preocupar. Não acho que o Estado deve comparticipar qualquer outra solução quando há sistema público a uma distância razoável. Nisto, julgo que a questão não é diferente da escola pública: o Estado deve oferecer uma opção de qualidade (e oferece, não obstante todas as críticas que se possam fazer, o nosso SNS é muito bom), quem quiser optar por outra, que assuma os custos.

    Afastar as pessoas com mais sentido crítico e poder de reivindicação (umas porque querem um parto humanizado e ficam em casa, outras porque querem uma cesariana ou uma indução e vão para o privado) das maternidades públicas só levara a uma deterioração do SNS. Por outro lado, entendo perfeitamente a recusa dos profissionais em apoiar o parto em casa (na minha profissão, que nada tem a ver com medicina, se as pessoas me disserem que querem fazer as coisas de maneira diferente à que me parece melhor e mais segura, dir-lhes-ei que são livre de optar, mas sem a minha concordância). E a humanização dos partos em Portugal só se fará com eles. Nunca contra eles.

    Acho esta discussão importantíssima. Mas acho que o caminho é exigir que as nossas maternidades se adaptem e possam cumprir o plano de parto de cada mulher, dentro da máxima segurança possível.

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  14. Rita.
    Em 1981 fui mãe pela primeira vez, tinha 16 anos, vivia na Holanda. Escolhi o parto em casa. Tudo correu maravilhosamente. Em 1994 fui mãe pela segunda vez, não tive liberdade para escolher, estava em Portugal, o parto aconteceu num hospital público. Nem tudo correu bem. Tudo foi diferente, não encontrei no hospital o parto mais humano.
    Quando escolhi o parto em casa não o fiz levianamente, ponderei bastante. Fui ouvida e compreendida.
    Senti necessidade de escrever sobre a minha experiência.
    A escolha é pessoal.
    Obrigada.

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  15. Mais uma vez Rita gostei imenso de ler o seu artigo, à semelhança de todos os artigos à volta desta e outras temáticas semelhantes.
    Conheço várias mulheres em Inglaterra que tiveram um parte domiciliário, acompanhadas por uma enfermeira- obstetra (que aliás são quem acompanha a grávida no Reino Unido) e correu tudo às minhas maravilhas. Se as minhas filhas tivessem nascido lá e tudo corresse dentro da normalidade, seria a minha opção.
    O importante é compreender que riscos há sempre, em casa, no hospital, inclusive em hospitais com equipamento de ponta. Mais importante ainda, na minha opinião, é criar condições para haver alternativas e informação para se poder tomar decisões informadas. Em Portugal, há poucas alternativas às instituídas e o papel dos enfermeiros-papel é ainda relegado para segundo plano, creio aliás que a directiva comunitária que regulamenta as actividades das parteiras não foi totalmente transposta para o direito nacional e há muito poucas unidades de saúde e penso que um único hospital onde as gravidezes de baixo risco são seguidas por enfermeiros-obstetras. Creio que dar mais responsabilidade e elevar o papel das parteiras contribuirá em muito para que hajam mais alternativas, inclusive a de se optar por um parto em casa, sem medos.
    Elizabete

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  16. Apesar de concordar, de uma maneira geral com tudo o que dizes, eu acho que um parto em casa nunca é uma opção.
    Seja quais foram as condições, acho que nunca é tão seguro como no Hospital e eu nunca optaria por essa situação, sabendo que estava a por a vida do meu filho em risco por causa de modas – foi o que a Adelaide de Sousa fez provavelmente…
    Mas concordo que a maneira como atendem as grávidas não é a melhor e gostava de ver essa realidade mudada!

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  17. Eu tive a sorte de poder ter a minha filha num hospital particular, com óptimas condições e correu tudo muito bem. Estive 12 horas em trabalho de parto, mas foram 12 horas muito bem passadas. Tão tranquila quanto possível.
    O médico que me acompanhou contribuiu em muito para que tudo corresse bem. Esteve sempre muito calmo e confiante.
    O momento do nascimento foi muito feliz e guardarei sempre estas memórias fantásticas.
    Compreendo que nem todas as mulheres têm esta sorte ou possibilidade.
    Penso que muitos e muitos procedimentos relativos à saúde da mulher e do bebé deveriam ser alterados/ actualizados. Também tenho a certeza que se fossem os homens a ter bebés a realidade seria muito diferente…
    Infelizmente a realidade que temos nem sempre é feliz e cabe-nos a nós mulheres exigirmos aquilo a que temos direito.
    Ser mulher é fantástico, ser mãe é uma benção!

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  18. Viva, estou grávida de 20 semanas e este é um tema que naturalmente me interessa. Sou claramente por partos o mais naturais possível, em que se deixe a natureza actuar até ao limite da segurança, no entanto não sou de todo pelos partos em casa. Ainda que nos possamos basear em estatísticas favoráveis, a verdade é que o risco de complicações nunca é 0% e pessoalmente sei que nunca conseguiria recuperar emocionalmente se pela minha “mania” de parto em casa o meu filho ficasse, por exemplo, com paralisia cerebral. Não há profissionais deste ramo (enfermeiros, parteiros, doulas) que possam assegurar que este risco não existe! Um casal de amigos tem duas gémeas (hj já adultas) que nasceram numa clinica privada. A 1ª nasceu bem, a 2ª precisou de oxigénio, cuja garrafa mais próxima se encontrava literalmente ao fim do corredor. Resultado: paralisia cerebral! Um outro dado digno de registo é por ex o que se passa na Holanda onde a maior parte dos partos são em casa e até comparticipados pelo estado (no hospital é que são pagos). A ideia é muito “romântica” mas a verdade é que a taxa de morte à nascença é lá muito superior à nossa.
    Como disse ao inicio sou o mais possivel por um parto natural, mas considero que têm de ser as maternidades a mudar o seu modos operandi. Tem de passar a haver salas particulares, com um ambiente calmo, sereno, confortável, onde possam estar 2 ou 3 pessoas a acompanhar a grávida, mas… os profissionais e os meios médicos têm de ali estar todos igualmente. E considero que isto é um direito pelo qual as mulheres deviam reclamar activamente ao invés de “já que nos hospitais é assim, então vou ter o bebé em casa”.
    Bem hajam.

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  19. Obrigada Rita, por usares o teu espaço para de tempos a tempos abordares esta temática que tão cara é às mulheres, em geral, e a mim, em particular. Penso que conseguiste ser clara e muito ponderada neste post. Todos os partos são susceptíveis de riscos e estes devem ser tidos em conta e devidamente minimizados, sem que isso implique “transformar” um acto puramente fisiológico, num acto médico.
    Por isso, uma grávida de baixo risco e devidamente informada deveria poder optar por um parto desmedicalizado, sendo essa a sua vontade. Infelizmente, sabemos que isso não é uma realidade no paradigma do parto em Portugal. É porque as mulheres em Portugal não têm o direito de escolher um parto em ambiente hospitalar, ou em ambiente domiciliar, um parto intervencionado ou não intervencionado, que aquelas que, esbarrando nestas limitações, não se conformam e procuram alternativas, no sentido de mudarem o estado do coisas, correm mais riscos do que é aceitável. Alguns casos, a maioria felizmente, são casos de sucesso. Outros não o são. Vão continuar a existir mulheres a optar por um parto em casa, apesar de não disporem de condições ideais e essa deverá ser uma preocupação dos profissionais de saúde e dos políticos, porque esta é uma área que urge regular.

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  20. Muito obrigada por este post, Rita! Eu ainda não sou mamã mas o mais natural para mim é pensar num parto em casa, sendo que o vejo como seguimento da minha própria postura perante a vida. Infelizmente, conheço o funcionamento dos hospitais em Portugal suficientemente bem para ter a certeza de que o vou querer fazer num ambiente intimista, confortável e seguro como o é a nossa casa. Reconheço, obviamente, o imenso número de profissionais que lá existem mas, para ser justa, também reconheço a enorme falta de humanização de pessoas que vêem os doentes como coitadinhos que não têm vontade própria…

    Enquanto desrespeitarem a mulher nos hospitais, palavras como estas tuas serão muito necessárias.

    Uma pergunta que deixo no ar: o homem assusta-se assim tanto com o poder feminino, ao ponto de nos querer tirar o protagonismo neste momento tão nosso?

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  21. Obrigada pela forma clara, informada e calma como escreves sobre estes temas. Tens um talento especial. Consegues falar sobre as tuas convicções de forma apaixonada sem ser exaltada. Admiro-te por isso e pela tua disponibilidade sempre querer esclarecer em vez de julgar. Assim serves muito bem a tua causa. Obrigada.

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  22. Olá Rita.
    Apesar do meu primeiro parto ter corrido muito bem, no hospital e o mais natural possível, na segunda gravidez (à 6 anos atrás) tinha uma vontade “estranha” de ter o meu filho em casa, a ideia dava-me um sentimento de grande tranquilidade. As poucas pessoas com com comentei este meu desejo, disseram que eu devia estar louca e acabei por guardar para mim este meu desejo, tendo o meu filhote nascido no hospital, também de forma rápida e fácil, mas mesmo assim, fiquei sempre com isto guardado com pena de não o ter feito. Se um dia tiver o 3.º filho, quem sabe…
    Beijos

    P.S. Costumo ler o teu blog, o post de hoje tocou-me de forma diferente. Sinceramente, o artigo da Caras incomodou-me um pouco, contudo não mudou a minha opinião em nada.

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  23. Obrigada pelo teu testemunho, Rita. Conto-me entre as que descreves como não tendo encontrado no hospital o parto mais humano e menos médico que desejavam, e agradeço-te a dedicação a uma causa que deve ser de todas nós :)

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