Obama aos olhos dos mais novos

obama

Claro que eu, tal como o resto do mundo, também passei o dia e a noite de ontem em absoluta histeria Obamista.

Fico contente, pois claro, que ele tenha ganho, e mais contente fico porque tinha prometido a mim mesma que cortava relações com os Estados Unidos caso a dupla McCain/Palin ganhasse…

Nada pessoal contra os Americanos atenção!, mas sim como forma de demonstrar o meu repúdio por essa (felizmente) hipotética situação.

O que mais me tem agradado nestes dias é assistir a este “fazer história” ao lado dos meus filhos mais velhos. Os 12 anos são mesmo uma idade fascinante, em que acreditamos plenamente que podemos mudar o mundo e que tudo é possível, o célebre mantra Obamico “yes we can” .

Por isso, para eles, apesar da simpatia natural que sentiam pelo Obama, e do Repúdio que tinham ao candidato Republicano (provavelmente por influência das conversas ouvidas em casa) era sempre estranho que tanta gente no mundo inteiro estivesse fascinada com o discurso de um político e ainda mais com o facto de ele ser preto e ter fortes probabilidades de ser eleito.

Qual é o problema nisso?, dizima eles.

Não é suposto ele mudar realmente as coisas?

O que é que tem de especial ele ser preto?

Porque é que se fala que ele pode vir a ser assassinado?

Foi então que nestes dias, fui desenterrar com eles uma série de personagens históricas que fazem parte do meu imaginário adolescente reivindicativo, como a Rosa Parks, Martin Luther King, Malcom X, Benjamin Hooks, Nelson Mandela, entre tantos outros anónimos que morreram, foram mortos e torturados por defenderem os direitos humanos e civis daqueles que nasceram com uma cor de pele mais escura.

E desencantámos filmes tão emotivos e significativos, como A Cor Púrpura, entre tantos outros do cinema norte americano que mostram a maneira como a população negra era tratada à pouco mais de 40 anos.

Aos olhos deles, é inconcebível que brancos e pretos não pudessem andar nas mesmas escolas, que não pudessem frequentar os mesmo sítios, que não tivessem os mesmos direitos.

Aos olhos deles, é inconcebível que tivesse havido uma organização chamada Ku Klux Klan, ainda activa hoje em dia!, a qual acharam tão hedionda como os crimes de Hitler nos campos de concentração.

Para eles Obama não representa a mudança, mas sim alguém que é efectivamente produto da mudança de mentalidades no mundo.

E eu fico realmente orgulhosa de puder ouvir essas palavras dos meus meninos-crescidos.

8 Comments

  1. Eu fiquei surpreendido com a vitória de Barack Obama.
    Não por duvidar da vontade de mudança da maioria do povo americano mas pelas constantes flutuações que a política Norte americana sofre.
    Mesmo nas últimas eleições, toda a gente dizia que o John Kerry ganhava e contra todas a espectativas o cowboy Bush ganhou por meia dúzia de votos de diferença…
    No fim fiquei feliz, mas duvido que a política da polícia do mundo venha a mudar muito…
    Pode ser que tenhamos outro Kennedy…

    Gostar

  2. aqui esta vitória teve um significado também muito especial e é muito bom ver como as pessoas acordaram de bom humor e optimistas ! o mundo PODE realmente mudar !

    Gostar

  3. A minha confiança e esperança nos seres-humanos foram levantadas do chão. De vez em quando o mundo dá-nos uma prenda como esta. Talvez para nos manter por cá, de cabeça e coração erguidos…

    Gostar

Deixe um comentário