Desde que comecei a interessar-me por patchwork, sempre senti um fascínio peculiar pelos quilts Amish. Digo peculiar, porque tanto oscilava entre o não gostar mesmo nada de alguns e de me enamorar completamente por outros.
Depressa também aprendi que, como em tantas coisas (patchwork incluído), o bom e o mau caminham de mãos dadas,e a cópia persegue o original…
Acima de tudo, hoje sei que o que mais me agrada nestes quilts são as cores fortes, os contrastes perfeitos e os padrões simples – tudo características de um “original genuíno”, como podemos ver neste site com uma grande colecção de Quilts Amish antigos ou nesta exposição do Textile Museum.
Um dos primeiros livros de patchwork que comprei ensinou-me muita coisa acerca desta comunidade sui-generis e de tudo o que está por trás dos seus quilts. Aprendi que por muito fundamentalistas que pareçam, com a sua renúncia aos bens materiais, à modernidade e à sociedade em geral, em contraponto com a sua sociedade patriarcal e fechada, dedicada à natureza, Deus e família, não caberão certamnete no estereótipo que nos chega através da séries e filmes americanos…
Religiosidades à parte, tenho de certa maneira uma curiosidade em perceber melhor como é que esta comunidade se encaixa hoje em dia no mundo da globalização, e como é que conseguem manter-se fiéis ao seu estilo de vida. Mas suspeito que a resposta esteja assente num certo modelo social repressivo das liberdades individuais…
Mas é que Quilts que quero falar!
No livro que referi em cima, aprendi também que as cores têm uma extrema importância e são identificadoras das comunidades e latitudes geográficas de onde são oriundas, sendo idênticas às que cada comunidade usa no seu guarda-roupa diário.
Por exemplo, um conjunto de cores entre os verdes, azuis, vermelhos e rosas, pertence à comunidade de Lancaster County. Se a estas adicionarmos os amarelos e laranjas, já temos um conjunto cromático identificativo do Midwest. Já os castanhos, azuis e roxos, pertencem às comunidades de Mifflin County. O preto é comum a todas elas.
Posto isto, posso dizer que andava a acalentar a ideia de fazer um quilt de inspiração Amish há bastante tempo. Mas não queria fazer uma cópia do que existe. Além de não gostar de copiar nada (e esta afirmação dava pano para mangas, tal é a epidemia de cópias que se vê hoje em dia por essa internet fora…), não sendo eu Amish não me fazia sentido executar uma peça tradicional.
Então, estava há algum tempo a escolher uma paleta de cores que me fosse significativa e que representasse o trabalho que tenho desenvolvido. E assim que vi o tecido Rambling Rose do Philip Jacobs percebi que tinha encontrado o meu “center diamond” :)
Da Ponta da Agulha escolhi 3 cores coordenantes e elaborei o meu primeiro trabalho de inspiração Amish, baseado num esquema tradicional, mas tradicional é que este quilt não vai ser…
Foi o resultado de um dia de trabalho produtivo, e brevemente estará pronto a ser mostrado…
acho uma ideia fantástica! gosto muito dos quilts amish, embora não nutra grande simpatia pela “seita” ;-)
estou curiosa de ver o resultado do teu trabalho!
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estou curiosa para ver o resultado final!
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Estou certa de será mais um trabalho fantástico e colorido, tão característico de ti!
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