revolução

Estamos precisamente a uma semana do 25 de Abril.

Este ano tudo parece diferente: não há entusiasmo, ainda que fingido, ainda que forçado, como em anos anteriores.

Há, em vez disso, uma apatia (ainda) maior, uma obliteração da data, uma espécie de amnésia coletiva. Ou pior ainda, uma sensação de que há 37 anos tudo foi em vão e o prenúncio daquela madrugada que se esperava, “o dia inicial inteiro e limpo”, nunca tivesse chegado a ser cumprido.

Bem sei que sim, que os tempos estão difíceis, e que além disso há muitos que agarraram no pouco que ainda tinham guardado para dias difíceis e marcaram as férias do ano (sabe-se lá o que virá por aí, por isso ´bora lá aproveitar!…), juntando o útil ao agradável, nesta magnífica combinação turística de feriado de sexta feira santa + fim de semana + feriado de 25 de abril.

Quase parece que foi o calendário que nos trocou as voltas, e nãos que somos nós que estamos com as voltas trocadas….

Se as comemorações de outros anos pareciam sempre saber cada vez mais a pouco, este ano então, nem sessão solene teremos na Assembleia da República. Por todo lado as comemorações da data foram anteciparadas, e no dia 25 serão certamente mais os que vão estar a passear, em vez de marchar na avenida.

Por isso, e porque estava já a ficar contaminada com o descontentamento, decreto aqui e agora que vou celebrar o dia 25 durante toda esta semana. Com músicas, com filmes, com palavras.

E por falar em filmes, esta semana há sessão dupla no Cineclube de Santarém com cheiro e sabor a Abril: “José e Pilar” passa pela segunda vez na nossa casa dia 20, e dia 21 vamos ter a estreia do filme “48”, de Susana Sousa Dias. Mas sobre ele, falarei mais à frente. É um registo tão poderoso que merece o devido destaque.

Hoje, deixo o excerto da curta-metragem que abriu a Maratona de Cinema Pós 25 de Abril na Mostra Panorama deste ano – “Revolução, de Ana Hatherly“:

3 Comments

  1. Eu tinha 16 anos quando aconteceu o 25 de abril em Portugal e também fiquei muito contente porque pensava que ia mudar muita coisa no nosso País. Afinal, passados estes anos (hoje tenho 53 anos), cheguei á conclusão que apenos mudaram os que “comiam tudo e não deixavam nada”. E como a memória do ser humano é muito curta, os que se apregoaram, naquela altura, paladinos dos injustiçados e deserdados pelo anterior regime, são hoje os que “desviam fundos” e permitem que os seus seguidores o façam também.
    Também marchei na avenida, mas hoje não o faço! Hoje trabalho, para pagar ao FMI o que outros “desviaram”…

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    1. Mª d Nazaré

      Boa tarde.
      Queria dizer-te que se reparares aqueles que estão no governo e
      a dirigir os partidos de direita e o PS incluído são os filhos dos que
      estavam no governo no tempo da outra senhora.
      Por acaso já reparaste quantos ficaram no exercito dos militares do
      MFA. Repara que continua a ser o grande capital que pressiona tudo.
      Os donos das TVs da comunicação social continua a ser os mesmos
      e dirigir as noticias á sua maneira. Não acredites em td o q lês.
      Com amizade
      ………………………….José Manuel…

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