por todas as estradas do mundo

EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO
“Manuel da Fonseca, por todas as estradas do mundo”

Museu do Neo-Realismo – 28 de Maio a 09 de Outubro de 2011
Museu Municipal de Santiago do Cacém – 15 de Outubro de 2011 a 26 de Maio de 2012

Pioneiro da poesia neo-realista, Manuel da Fonseca (1911, Santiago do Cacém – 1993, Lisboa) foi sempre um extraordinário contador de histórias, qualidade que melhor se expressou na escrita de contos, romances e crónicas, convertendo-se rapidamente numa das figuras maiores da literatura portuguesa do século XX.

Iniciou o seu percurso literário no fim dos anos 30, com a publicação em diversos periódicos ligados à oposição ao Estado Novo. O seu primeiro livro, Rosa dos Ventos (1940), foi considerado pela crítica um exemplo de renovação poética no panorama das letras portuguesas. Essa essência lírica e sensível intrínseca à sua obra, da poesia à ficção, não nega, porém, antes pelo contrário, as bases realistas, muitas vezes dramáticas, onde alicerça o seu olhar crítico e observador. As histórias dos livros de contos Aldeia Nova e O Fogo e as Cinzas, embora situadas no seu Alentejo, tal como Cerromaior e Seara de Vento – consideradas obras-primas do romance moderno –, possuem o carácter universal da condição humana e, por isso, não só foram aplaudidas pela crítica e os leitores, como suscitaram até o interesse da indústria do cinema.

Homem inquieto, irónico e generoso, Manuel da Fonseca teve uma longa vida literária, que espelhou o seu carácter e os valores de uma atitude participativa, inconformada e corajosa em termos cívicos e políticos. Para além disso, estabeleceu desde cedo uma relação de afecto com a ideia e a constituição do Museu do Neo-Realismo, tendo sido o primeiro a doar o seu espólio, em Novembro de 1991, revelando, afinal, a sua determinação em ajudar um projecto que dava então os primeiros passos.

Por todas as razões evocadas, Manuel da Fonseca merece ser relembrado com regularidade pelas instituições culturais deste país, mas mais ainda, merece ser lido e apreciado por todas as gerações, como se em volta da mesa pudéssemos partilhar ainda o encantamento de quem afirmava com um sorriso: “o convívio é das coisas mais belas da Humanidade”. Os seus livros são a prova evidente de que só as histórias bem contadas acabam por resistir à máquina do tempo. Manuel da Fonseca foi um autor exímio, cuja obra, constituída por um pequeno número de volumes, marcou todavia o nosso modo de entender e sentir algumas das características do povo português.

Curadoria: David Santos e Luísa Duarte Santos

gosto de exposições sobre a palavra, gosto de ver como os museus trabalham o património literário.

gosto de Manuel da Fonseca e a “Seara de Vento” foi sem dúvida um dos livros que me formaram.

gosto do neo-realismo em todas as suas vertentes, e esta exposição é só mais um dos bons motivos para rumar ao museu.

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