Estamos de volta, depois das primeiras mini-férias do ano. Viva! já bem que precisava…
Há muito tempo que não ía a Coimbra, com olhos de ver, com tempo para passear e poder estar a fazer de turista, a olhar para tudo com calma, como se fosse a primeira vez.
Tirámos muitas fotografias, algumas delas estão aqui, calcorreamos a cidade a pé, experimentámos esplanadas e petiscos, mostrámos aos pequenos a República onde viveu o avô e o tio, e claro que tivémos de os levar ao Portugal dos Pequenitos…
As minhas memórias desse sítio são do tempo das visitas com a Escola, recorrentes ano após ano. Lembro-me que gostava muito de lá ir, que achava tudo fantástico e não compreendia porque é que os meus pais e avós torciam o nariz a tais visitas e ouvia entre dentes que aquela era “uma obra do fascismo”.
Agora, 20 anos depois da última vez, compreendo tudo isso, mas também compreendo que é um sítio engraçado para os pequenos. Ter casas, praças e monumentos à sua escala é um privilégio fantástico para a brincadeira, questões ideológicas à parte.
Claro que não gostei nada da maneira “pitoresca” como as ex-colónias estão apresentadas, com os seus mini-núcleos museológicos mostrando os indígenas como “pretos selvagens” e os seus artefactos como “curiosidades”, nem gostei dos provérbios salazaristas com a apologia do português “pobrezinho mas feliz” pintados em azulejos à porta de cada casa típica…
Tirando este aparte, que pode ser relativizado, é um sítio agradável de visitar com crianças, embora a meu ver, seja meramente lúdico.
Quanto ao principal motivo da nossa visita – a mostra de Filmes “Parto Orgásmico” – esteve à altura das nossas expectativas.
O que lamento sempre nestas iniciativas, e confesso que há alturas em que me desanimo e perco alguma da energia em lutar pelo direito a um parto humanizado, é o facto de serem sempre as mesmas pessoas quer nas palestras, quer na assistência.
Os pouco “outsiders” que aparecem saem ao fim de pouco tempo, e nem mostram qualquer abertura ao diálogo…
Gostaria ter visto na plateia mais estudantes de medicina (afinal, estávamos na Associação Académica…), mais professores, mais médicos, mais enfermeiros, mais profissionais de saúde.
Porque mudar o sistema passa por uma mudança de mentalidades das populações, mas passa essencialmente pela vontade destas pessoas que trabalham todos os dias no sistema.
Gostei do filme/documentário sobre a formação de parteiras na Holanda e perceber como esta é tão diferente da formação que os nosso enfermeiros recebem.
Gostei do filme principal, “Orgasmic Birth”, pela pluralidade de situações que mostra – partos em casa, em casas de parto, em Hospital, partos naturais, partos instrumentalizados, cesarianas – pela clareza dos seus pontos de vista e pelo invejável painel de oradores que dão o seu testemunho no filme.
Gostei de rever amigas e amigos, de voltar a ouvir o Ricardo Jones, de conhecer pessoas novas.
O movimento está crescer de dia para dia :)
Por causa do fim de semana cheio, esta segunda feira não há actualização da Dressing Fairytales.
Fica para amanhã ;)
o meu pai também foi prá (da prakistão): eu sou, fui, Maria, da Republica Marias do Loureiro, uma modernice, republicas de raparigas.
GostarGostar
Também gostava de ter lá estado…
Já agora faço uma pergunta: sabes dizer-me se o Orgasmic Birth vai ficar disponível para ser visto/comprado em dvd?
obrigada
GostarGostar
Será que o filme chega no Brasil? Como eu gostaria!!!
bjs!
GostarGostar
Como gostava de ter ido ver o filme:(
GostarGostar