Fomos à Fil. Aproveitando outros afazeres em Lisboa, visitámos a FIA quando mais gosto: durante a semana e no início do certame.
A FIA é uma feira que conheço bem, por dentro e por fora, que desde há uns anos faz parte do nosso roteiro do início de verão. É com muito agrado que a visito todos os anos e noto melhorias a cada visita.
O pavilhão internacional, que era sem dúvida o mais apelativo, exótico e inovador, está no entanto cada vez mais caótico, barulhento, confuso e mais preenchido com “lixo made-in-china” do que propriamente artesanato. É cada vez mais difícil para o visitante mais incauto e expectante de distinguir o que é genuíno do que é imitação…
Felizmente que há honrosas excepções, é claro, e as minhas paragens anuais habituais mantêm-se inalteradas.
Este ano, fui agradavelmente surpreendida com um novo espaço de artesanato tibetano, que ao contrário do que seria de esperar não me preencheu a vista pelas pratas e bronzes, mas sim com uma maravilhosa tapeçaria/patchwork…
Esta peça era feita com tecido de lã, liso e às riscas, que foi posteriormente transformado em patchwork. Uma maravilha. Demasiado caro para a minha bolsa, senão teria certamente vindo comigo para casa.
É curioso que este trabalho lembra e muito alguns dos trabalhos mais antigos do Kaffe Fassett, elaborados com os tecidos riscados da sua colecção, visíveis no Passionate Patchwork:
Apesar de eu não reconhecer este tipo de estética como tradicionalmente tibetana ou nepalesa, também não me pareceu de todo estranho ou desaquado o trabalho têxtil que vi como sendo artesanato tibetano.
Claramente que o Kaffe tem muitas influências orientais, como ele próprio afirma em vários livros e artigos, e esta peça também o demonstra, penso eu.
Quanto ao Pavilhão nacional, a cada ano que passa fico mais satisfeita.
Há uma clara aposta na melhoria da estética do produto nacional, e apesar de muita coisa duvidosa há exemplos excepcionais do que melhor se faz em Portugal, no que a artesanato diz respeito.
Não me demorei tanto quanto gostaria, e é certo que o meu olho está viciado para reparar mais numas coisas do que noutras, por isso a minha opinião é meramente pessoal e subjectiva quando destaco obras têxteis como as minhas favoritas.
Foi com agradável surpresa que me deparei com a exposição Fios Formas e Memórias na entrada do pavilhão do artesanato português, onde havia destaque justo, merecido e bem executado ao têxtil nacional.
Uma prova de que o artesanato tradicional têxtil não está enfermo, mas sim com capacidade para voltar em toda a sua força.
Para terminar, destaco este painel de patchwork, com direito a prémio, elaborado por uma artista estrangeira radicada no Algarve, da qual já tive a oportunidade de ver várias vezes o trabalho ao vivo:
Não é propriamente o meu estilo/género de patchwork, mas não posso deixar de reconhecer que é um trabalho muito bem executado e com qualidade inquestionável.
Fica a vontade de lá voltar, com mais tempo ;)
eu tinha uma outra ideia da FIA… até agora só me falavam mal. Assim, tenho que lá passar para ver essas mantas!
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Oh, por pouco não nos cruzámos! Ainda só vi o pavilhão português e também fiquei bastante contente. Essa peça tibetana que mostras é lindíssima, que tentação!
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Obrigada por partilhares connosco estas lindas fotografias! Eu infelizmente não vou poder visitar a FIA mas sinto “com a tua reportagem” que já visitei um bocadinho. :))
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